domingo, 15 de maio de 2011

Os senhores de NerdVille



Os senhores de NerdVille tem dedos compridos para usar nos teclados e neurónios curtos por falta de uso.
Os senhores de NerdVille não pensam e assumem que os outros também não. Não lêem, limitam-se a teclar. Ontem nunca existiu, amanhã é uma miragem.
Isto a propósito da Biblioteca da minha velha Universidade, onde o bibliotecário não risca nada e os senhores de NerdVille ditam as leis. A última é que só os alunos precisam de fotocópias. Que venham investigadores de todo o país fazer uso do vasto acervo bibliográfico não lhes interessa. Deve estar na net… se não está é porque não interessa, na lógica marada dos senhores de NerdVille. Claro que não está na net, está em arquivo e uma forma de o poder consultar mais tarde é através da velha fotocópia. Podíamos andar com um scanner portátil, mas nem sempre dá jeito. Mas é assim, só alunos podem fazer fotocópias. Nós, docentes e investigadores, fazemos sair à socapa os números das revistas ou livros históricos, coisa proibidíssima na qual os funcionários da biblioteca são cúmplices, nesta marosca de dar a volta às leis cretinas dos senhores de NerdVille.
Por favor, deixem os bibliotecários pensar e os informáticos executar as instruções. Cada qual é para o que nasce.
Os senhores de NerdVille tem dedos compridos e neurónios curtos.

Viagem no Metro e no tempo



Viagem de Metro entre o Saldanha e Oriente. Lugarzito sentado, o último. Na Alameda, entrou na carruagem bastante cheia um casalinho de namorados adolescentes. 15 anitos talvez. Encostados à porta do fundo, numa barafunda de mãos e línguas, o mundo fora deles não existe. Os adultos olham e desviam o olhar. Eles nem notam.
Na paragem seguinte, vagam 2 lugares, um ao meu lado, outro em frente. Eles sentam-se, olhos nos olhos, dedos entrelaçados. Uma palmadinha na mão despoletou um retrocesso temporal que os levou a jogar à sardinha até ao fim da viagem. Já não eram adolescentes mas crianças de 6 anos que fazem beicinho quando perdem e largam sonoras gargalhadas a acompanhar a palmada nas costas da mão do parceiro de jogo. Os adultos olham, enternecidos. É tão complicado passar da infância à juventude…
No Oriente, saíram agarrados um ao outro como adolescentes e subiram as escadas a correr de mão dada como crianças. Tão lindos!