Logo a seguir à operação, ainda com um olho tapado, fui passar uns dias a casa dos meus pais. Ali, não sou nada nem ninguém, quando muito sou a menina mais velha do Sr. Castilho e é um local ótimo para não se fazer nada. O que pode ser um bocado chato ao fim de um par de dias... Ao fim da tarde, hora em que o médico me tinha dado licença de andar na rua, com a luz já a esmorecer e os raios ultravioleta em níveis baixinhos, fui dar uma voltita de maquina fotografica em punho. Afinal, a luz estava bem bonita e Março é um regalo para os olhos (OK, para o olho!) quando se está no campo.
Estava eu numa daquelas posições meio esquisitas tão comuns a quem gosta de fotografia, sentada no chão toda torcida, tentando evitar que a minha própria sombra me estragasse a chapa, quando uma outra sombra surge no meu campo visual e o vizinho António, por alcunha o Pataco, encostado à enxada, me dispara a pergunta: "Atão tá tirando o retrato ao pesseguêro?"
Tá visto, estas mulheres da ciddae são mesmo avariadas do juízo!
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