quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

fujam da pizzaria à quarta feira

Terça feira entrei na Pizza Hut, mesmo ao lado do hotel, à hora de jantar para trocar dinheiro. Meia dúzia de mesas ocupadas, ambiente silencioso, homens solitários que comiam com o nariz enfiado num livro ou num jornal. Reparei no buffet de saladas, com bom aspecto. Ontem como estava sem companhia para jantar, sem pachorra para andar muito e um friozinho em Lisboa de congelar narizes, lembrei-me das saladas e resolvi que seria um bom sitio para comer qualquer coisa, sem ter de me deslocar muito.
Lá desci à Pizza Hut mais ou menos à mesma hora da véspera. Asneira! Tremenda algazarra! E, no entanto, também só havia meia dúzia de mesas ocupadas, mas, em vez de machos solitários, havia-os agora acompanhados de criancinhas de tamanhos variados e similares pulmões saudáveis.
Jantei num jardim zoológico, onde fui registando o comportamento da fauna: em pelo menos 3 mesas, adolescentes (elas) com o ar mais enfadado do mundo observavam as manobras do pai desesperado por manter encurralado entre a mesa e a parede um fedelho ruidoso e agitado. Sem grande sucesso. Nas restantes mesas, pais de pequenas criaturas em dose singular passavam pelo mesmo tormento acrescido de uma competição do estilo quem vai mais vezes à casa de banho, obrigando o respectivo progenitor a pedir aos empregados que vigiassem os casacos, pizzas e restantes pertences a cada ausência.
As coisas que estes filhos gritam aos pais em público (calculo que em privado também) é inimaginável!
Só a meio do jantar me lembrei que tamanha confusão se deveria ao malfadado jantar que as criancinhas filhas de pais divorciados consomem a meio da semana com o progenitor com quem não vivem. Mas não há mães nesta situação? Ou a conclusão a tirar é que as mães, mesmo com tanto trabalho como os pais, sempre cozinham qualquer coisa e mantêm as feras em casa? Os homens continuam a fugir dos tachos (e dos microondas) mesmo que o preço a pagar seja pura tortura e humilhação pública.