sexta-feira, 30 de abril de 2010

Precisão e Exactidão

Li no Metro de Lisboa a seguinte frase:
A Perfeição contém e corrige a Exactidão.
Assim mesmo, pré acordo ortográfico, com o qual tenho muitas dificuldades.
Prefiro o que é exacto, ainda que pouco preciso, ao que se pretende muito preciso mas longe de ser exacto.
Porque, como diria uma aluno meu num exame, "Exactidão é a tal medida do tracinho. Precisão é quando o tracinho está mais ou menos".
Ora, com o mais ou menos posso eu bem!

terça-feira, 27 de abril de 2010

Alegoria dos sapatos

Encontrar o par de sapatos perfeito. Depois de ter corrido as lojas todas.
Perfeito. Serve-me? Olha se serve, foi desenhado para mim, de certeza! Dá com tudo o que tenho. A cor é a minha cor preferida. Tem aquele design que sempre busquei, adapta-se totalmente ao pé, não magoa nada, posso andar horas em cima destes saltos sem me sentir cansada. Alonga-me as pernas, sinto-me uma princesa com isto calçado. E são modelo exclusivo! E têm um preço óptimo. É isto mesmo!
ESTÃO RESERVADOS!!!
Só podia, claro.
Volto a por na prateleira. Mas no dia seguinte estou na loja outra vez, volto a experimentá-los, volto a sentir-me uma princesa, volto a pô-los no sítio com um aperto no coração.
Corro outras lojas, as amigas apontam-me outros que são mais bonitos, mais baratos, também me ficam muito bem. Mas continuo descalça.
E continuo a ir à loja e dar uma voltinha naqueles sapatos com muito cuidado para não deixar vestígios, um bocadinho envergonhada do que estou a fazer. Sei que nunca os poderei levar para casa. Mas têm tanto a ver comigo…

A alegoria é um bocado parva porque as lojas só guardam artigos durante 2 ou 3 dias!...

domingo, 11 de abril de 2010

tirando o retrato ao pesseguêro

Logo a seguir à operação, ainda com um olho tapado, fui passar uns dias a casa dos meus pais. Ali, não sou nada nem ninguém, quando muito sou a menina mais velha do Sr. Castilho e é um local ótimo para não se fazer nada. O que pode ser um bocado chato ao fim de um par de dias... Ao fim da tarde, hora em que o médico me tinha dado licença de andar na rua, com a luz já a esmorecer e os raios ultravioleta em níveis baixinhos, fui dar uma voltita de maquina fotografica em punho. Afinal, a luz estava bem bonita e Março é um regalo para os olhos (OK, para o olho!) quando se está no campo.
Estava eu numa daquelas posições meio esquisitas tão comuns a quem gosta de fotografia, sentada no chão toda torcida, tentando evitar que a minha própria sombra me estragasse a chapa, quando uma outra sombra surge no meu campo visual e o vizinho António, por alcunha o Pataco, encostado à enxada, me dispara a pergunta: "Atão tá tirando o retrato ao pesseguêro?"
Tá visto, estas mulheres da ciddae são mesmo avariadas do juízo!